Bons Tempos - One Of Us (Joan Osborn)

26/05/2025

Uma Música Linda Mas Que Provavelmente Não Aconteceria Nos Dias de Hoje

A Humanização do Divino em 'One Of Us' de Joan Osborne

A música One Of Us, interpretada por Joan Osborne, é uma reflexão profunda sobre a divindade e sua relação com a humanidade. Lançada em 1995, a canção alcançou grande sucesso, em parte devido à sua abordagem inovadora e questionadora sobre a figura de Deus. A letra propõe um exercício de imaginação: como seria se Deus fosse uma pessoa comum, vivendo entre nós como um slob, ou seja, uma pessoa desajeitada e imperfeita, apenas tentando encontrar seu caminho de volta para casa.

A música começa com uma série de perguntas retóricas que desafiam o ouvinte a considerar a natureza de Deus de uma maneira mais íntima e pessoal. Perguntas como "Se Deus tivesse um nome, qual seria?" e "Se Deus tivesse um rosto, como seria?" convidam a refletir sobre a possibilidade de Deus compartilhar características humanas. A repetição das frases "God is great" e "God is good" serve como um contraponto às questões levantadas, reafirmando crenças tradicionais enquanto se explora a ideia de Deus como um ser acessível e compreensível.

A canção também toca em temas de solidão e desconexão, sugerindo que, mesmo como um de nós, Deus poderia sentir-se isolado, com "ninguém ligando no telefone, exceto talvez o Papa, em Roma". Essa linha destaca a distância entre o divino e o mundano, ao mesmo tempo em que brinca com a ideia de que, mesmo em uma forma humana, Deus teria uma conexão especial com líderes religiosos. A música convida os ouvintes a considerar como a experiência de viver entre os mortais poderia ser desafiadora e reveladora para uma figura divina.

One Of Us desafia os ouvintes a repensar suas percepções de Deus, oferecendo uma perspectiva que humaniza o divino e promove uma reflexão mais profunda sobre fé, religião e nossa própria humanidade. Ao apresentar a ideia de um Deus que compartilha nossas fraquezas e experiências cotidianas, a canção nos lembra da complexidade da fé e da relação entre o sagrado e o terreno.

Liderada pela voz emotiva de Joan Osborne e apoiada por uma melodia simples e tocante, a música combina introspecção com universalidade. Esse equilíbrio foi um dos fatores que a tornaram tão impactante, ajudando-a a se consolidar como um hino dos anos 90, ecoando até hoje em debates e reflexões sobre espiritualidade e existência.

Escrito por: Joyce

Apaixonada por livros, música e games

Revisado por: Dart

Gosto de séries, filmes e quadrinhos