História - Nickelback

24/07/2025

NICKELBACK – OS ODEIADOS MAIS AMADOS DO ROCK COMERCIAL

Escrito por Dart

"Se o rock fosse um colégio, o Nickelback seria aquele aluno que tira notas boas, mas é zoado por ser bom demais em tudo que a galera finge não ligar." – Dart, com o fone nos ouvidos e uma cara de quem não tá nem aí pro tribunal da internet.

Se tem uma banda que encarna o paradoxo cultural dos anos 2000, essa banda é o Nickelback. Formada no Canadá em 1995, com Chad Kroeger no vocal (e no carisma meio metido, meio autêntico), o grupo se tornou sinônimo de rock mainstream — para o bem, para o mal e para o meme.

O mais curioso? Mesmo sendo alvo de piadas recorrentes, o Nickelback vendeu mais de 50 milhões de álbuns no mundo todo. Sim, você leu certo. Alguém aí tá ouvindo. Muita gente, aliás.

1 ▪ O COMEÇO: UM CANADENSE QUERENDO TOCAR NAS AMÉRICAS

A banda começou em Hanna, Alberta — um lugar que não cheira exatamente a revolução cultural, mas que foi o berço de um som que misturava post-grunge, rock de arena e refrões mastigáveis para rádio FM. Em 2001, com o álbum Silver Side Up, eles explodiram com "How You Remind Me".

A música virou trilha sonora de absolutamente tudo: do carro novo do seu tio ao fim de novela. Foi aí que o Nickelback se tornou onipresente. E, como tudo que aparece demais… começou a incomodar.

2 ▪ A FÓRMULA E O ÓDIO

Sim, o Nickelback tem uma fórmula. Riff grudento, voz rouca e sensualizada de Chad, letras que vão do existencialismo de boteco até a farra de motéis e uísque. Mas o ponto é: essa fórmula funciona. E muito bem.

O problema é que, enquanto outras bandas eram exaltadas pela crítica por sua "complexidade artística", o Nickelback era massacrado por ser "fácil demais", "muito comercial", "repetitivo". A ironia? Essas mesmas críticas também se aplicam a metade das bandas idolatradas por hipsters de festival.

3 ▪ "NO MEIO DO TIROTEIO DE OPINIÕES"

O que me diverte é como o Nickelback virou um símbolo de "culpa cultural". Gente que canta junto no carro, mas finge que odeia na internet. Gente que não suporta a banda, mas sabe de cor "Photograph". É um fenômeno psicológico fascinante — quase digno de tese acadêmica: como odiar o que secretamente agrada?

Chad Kroeger sabe disso. E nunca pediu desculpas. Continuou fazendo hits, lotando estádios e rindo com os bolsos cheios. E, sejamos francos: "Burn It to the Ground" é uma das melhores músicas de entrada de luta livre já feitas. Fato.

4 ▪ MUDANÇAS, MISTURAS E ADOLESCENTES CRESCIDOS

Com o passar dos anos, a banda até tentou variar. Dark Horse (2008) trouxe um som mais sujo e direto. No Fixed Address (2014) arriscou pop e até EDM (com direito a parceria com Flo Rida). Mas o núcleo nunca mudou: canções que servem de trilha para a vida adulta de quem cresceu ouvindo Creed e Linkin Park, mas hoje paga boleto e tem dor nas costas.

Nickelback é trilha sonora de quem amadureceu, mas ainda quer sentir a faísca do caos adolescente. É rock acessível. É pop disfarçado. É rebeldia com seguro de vida.

5 ▪ POR QUE AINDA IMPORTA

Porque, no fim das contas, a arte é sobre impacto, não aprovação. E o Nickelback, com todos os seus clichês, ainda move multidões. Ainda gruda na cabeça. Ainda gera conversa. E, convenhamos, quantas bandas conseguem isso com mais de 25 anos de estrada?

Não é sobre ser revolucionário. É sobre ser consistente. E nisso, o Nickelback merece respeito.

6 ▪ ÚLTIMA GUITARRADA

Você pode até dizer que eles são genéricos. Que são "a batata frita do rock" — ninguém admite, mas todo mundo consome. Mas aí está a mágica:

Eles são exatamente isso. E isso é o suficiente para serem lendas.

E da próxima vez que "Rockstar" tocar no rádio e você cantar baixinho sem querer… lembre-se: você é parte da história.

E o Nickelback, goste você ou não, também é.