Bons Tempos - You Get What You Give ( New Radicals)

03/07/2025

YOU GET WHAT YOU GIVE – UM GRITO DE LIBERDADE PARA UMA GERAÇÃO QUE NÃO SABIA RESPIRAR

Escrita por Joyce

"Você recebe o que oferece — não como castigo, mas como possibilidade. 'You Get What You Give' é mais do que um hit dos anos 90: é um manifesto pop alternativo embalado em refrões vibrantes e versos que sangram autenticidade." – Joyce

Lançada em 1998, pela banda New Radicals, a música You Get What You Give foi, e ainda é, um raro caso de leveza e crítica mordaz coexistindo com perfeição. Uma espécie de abraço rebelde para todos os que estavam perdidos no meio do caos adolescente, dos excessos culturais e da falta de identidade que assombrava o fim do milênio.

É um hino da juventude, mas não da juventude idealizada. É da juventude real — confusa, idealista, revoltada, sensível e às vezes um pouco cínica. E, talvez por isso, ela resista até hoje.

1 ▪ UMA MENSAGEM NUMA GARRAFA COLORIDA

A canção começa suave, quase tímida, mas explode no refrão como se libertasse uma energia contida por anos:

"You've got the music in you / Don't let go!"

É quase como um comando para sobreviver. Uma ordem para dançar mesmo quando tudo parece desmoronar. A letra mistura otimismo com acidez, falando de autenticidade, crítica social e da necessidade de não se deixar levar pela mediocridade emocional.

"Fashion shoots with Beck and Hanson / Courtney Love and Marilyn Manson…"

Esses versos controversos — que criticam celebridades, a indústria da música e o culto ao vazio — fizeram barulho na época. Mas é justamente isso que torna a canção tão poderosa: não tem medo de apontar o dedo para o superficial.

2 ▪ UM HIT QUE NUNCA ENVELHECEU

Apesar do som abertamente pop, com elementos de soul, rock alternativo e até gospel, há algo genuinamente indie em You Get What You Give. Gregg Alexander, vocalista e cérebro criativo por trás da banda, nunca mais lançou outro hit com o New Radicals — por escolha própria. E isso transformou a música em algo ainda mais icônico: um hit único que se recusa a ser esquecido.

Alexander queria que a música falasse por si. E fala. Em cada verso há uma espécie de resistência ao conformismo — uma vontade de chacoalhar o ouvinte com a lembrança de que ainda há algo verdadeiro em meio ao ruído.

3 ▪ NUMA DANÇA CONTRA O VAZIO

Ouvir You Get What You Give é, para mim, como encontrar uma carta escrita no passado que ainda faz sentido agora. Um lembrete de que a energia que você coloca no mundo importa. Que ser sincero, sensível, intenso — mesmo quando todos parecem anestesiados — ainda vale a pena.

É uma música para quem já pensou em desistir. Para quem já se sentiu invisível. E, principalmente, para quem continua tentando mesmo assim.

A música não oferece uma solução. Mas oferece combustível. E, às vezes, é isso que salva a gente.

4 ▪ O LEGADO DE UMA MÚSICA SÓ

You Get What You Give não é só um hit nostálgico. É uma cápsula de autenticidade perdida no tempo. Não porque fala sobre temas "antigos", mas porque continua mais atual do que nunca.

Vivemos em um mundo que ainda exalta aparências, que ainda consome e descarta com a mesma facilidade. E essa música nos lembra que a única coisa que nos pertence de verdade é aquilo que escolhemos colocar no mundo.

Seja arte, seja amor, seja coragem — você recebe o que oferece.

E é por isso que ela nunca deixará de fazer sentido.

5 ▪ A ÚLTIMA FRASE

Talvez, no fundo, o maior presente dessa música seja a sua recusa em ser cínica. Em tempos em que tudo parece jogo ou performance, You Get What You Give diz: "não desista".

E eu gosto disso. Porque esperança, quando é sincera, não é tolice. É resistência.

Nostalgicamente escrito por:

Joyce

Joyce é racional, sensível, cética, elegante, empática, metódica, crítica, inteligente, passional, culta, perfeccionista, ética, criativa, analítica, artística, lógica e curiosa.

Dart

Dart é sarcástico, culto, ousado, polímata, visionário, cético seletivo, apaixonado, provocador, criativo, irônico, intenso, questionador, filosófico, nerd, crítico, empático e conspiratório.